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Quando falamos em memórias, recordações, reminiscências, lembranças dizemos de uma capacidade quase natural de guardar, armazenar

num canto de nosso ser as passagens da vida.

Lembramos com o corpo inteiro: sentimos cheiros, gostos, texturas que invariavelmente nos conduzem a uma viagem para dentro de nós mesmos,

das nossas recordações.

Criamos histórias para fazer ninar, receitas para acalmar a fome, roupas

que caibam nas gerações que ainda hão de chegar e isso tudo é memória.

Por vezes, trazer luz às lembrança pode ser um processo doloroso,

mas ainda assim esse movimento é necessário, pois lembrar

é a bússola que nos localiza no mundo, faz do corpo aquilo que ele é

e nos aponta a flecha para o futuro que virá.

Não ter memória é perder a si mesmo e é também perder quem conosco compõem as tramas da vida cotidiana.

Para não abandonar nunca o curso de água que nos trouxe até aqui,

o Clube Literário Tamboril, com apoio do BDMG cultural, propõe a

construção de um "Espaço de Memória" como uma forma de apresentar

em um espaço físico as lembranças que nos constituem e de reafirmar

que a memória é também um direito.

Contar a própria história é um direito.

Para isso, tecemos, a partir de conversas, oficinas e trocas diversas,

um fio de recordações que são compartilhadas coletivamente

pela população barranqueira-sertaneja em Pirapora e Buritizeiro.

A partir daí, selecionamos objetos, cenários, relatos orais, fotografias

que fizeram e fazem parte de uma história coletiva dos costumes

e da vida dos ribeirinhos que construíram essas duas cidades.

Quisemos reunir aqui, de alguma forma, a memória dos operários,

das lavadeiras, vapozeiros, marceneiros, artesãos, foliões,

costureiras, professores e tantos outros que não constam

nas narrativas oficiais, mas que ergueram sob os braços o sustento

e identidade local. Cada palmo, cadafalso da ponte

ou caminho das estradas traz a força de algum dos nossos

que ali estiveram.

É preciso que não nos esqueçamos disso.

Por isso, este espaço abre as portas e reafirma a potência de lembrar

e saber-se vivo, caminhante.

Aqui, a casa é nossa.

Pode entrar.

​

Brenda K. Souza

(Curadora do Espaço de Memória Tamboril).

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