
Luciana Galiza Borges é mestre de capoeira, natural de Suzano – SP, nascida em janeiro de 1978. Cresceu em Pirapora-MG, cidade em que reside atualmente. Começou a aproximar-se da capoeira ainda criança, aos seis (6) anos, tendo o pai como mestre.
Seu pai iniciou a trajetória como capoeirista aos 18 anos quando ingressou na Marinha do Brasil. De lá para cá, nunca parou. Luciana conta que na ocasião em que o pai decidiu abrir uma academia na cidade, nos anos de 1990, já havia outras duas, coordenadas por grande mestre à época, a saber: Arte Negra Quilombo, comandada pelos mestres Mazinho e Zezão; Capoeira de Angola – Luanda, comandada pelo mestre Boca. Nessa época, a procura pelo esporte era grande, e as academias recebiam todo tipo de público, entre homens, crianças e mulheres.
Esse cenário abrigou o crescimento de Luciana dentro do esporte. Este, por sua vez, proporcionou-lhe crescimento pessoal, pois graças à capoeira, Luciana decidiu continuar estudando. Além disso, por meio da prática pôde conhecer pessoas de diversos lugares e países. “A capoeira faz parte da minha vida como um todo, da minha infância até agora, nos meus 43 anos. Ela modifica tudo na minha vida, modifica tudo na minha trajetória” (Mestre Luciana Galiza).
Desde 1994, Luciana e o pai (Mestre Careca) coordenam juntos o grupo Cordão de Ouro e a Associação sem fins lucrativos Amaê Berimbarte. Na associação, Luciana é mestre de capoeira, diretora de projetos, professora de capoeira, maculelê, puxada de rede e danças afro. Mestre Careca fica a cargo da presidência e ministra aulas de capoeira. No espaço, são oferecidas, de forma gratuita, aulas de capoeira para crianças e jovens periféricos de baixa renda.
Para a mestre Luciana, os ganhos sociais que a associação conquistou nas últimas décadas são os melhores: tirar jovens da rua, da marginalidade; ajudar na construção de autoestima e respeito pelo próximo e colaborar, ao mesmo tempo, para a manutenção da saúde, pois além do caráter cultural, a capoeira é um esporte.
No entanto, as dificuldades também são grandes, pois falta espaço e dinheiro para ampliar os trabalhos e remunerar os professores voluntários. Ainda assim, a associação segue em atividade, levando o comprometimento com o esporte, a preservação da cultura afro-brasileira a dezenas de jovens da cidade.