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Ylê Axé Ajagum 

Terreiro de Candomblé de raiz banta (Angola), fundado em 2002 pelo pai de santo (tatetu) Waded Marques Rocha. O Isó (Ilê – Casa), ainda em funcionamento, está localizado à rua Milton José de Oliveira, 674, no bairro industrial, em Pirapora – MG. 

Waded Marques Rocha (1972)

Waded Marques Rocha é piraporense, nascido em fevereiro de 1972. Viveu a infância no tradicional bairro Nossa Senhora Aparecida, na casa de sua avó. Waded conta que cresceu e foi criado pela avó, Rosa Batista Marques, que também cuidou de toda família. Rosa, conhecida como “Rosa de Nanã”, foi uma das primeiras mães de santo da cidade, fundadora do Ilê Axé Buruqué Azuberu. Natural de Pilão Arcado -BA, teve como pai de santo outro pioneiro, o Firme Batista. O isó (casa) construído por Mametu (mãe) Rosa é palco das primeiras vivências religiosas de pai Dedi – como Waded é conhecido popularmente na cidade.

Da avó, Waded herdou não só o amor pela religião e cultura de matriz afro-brasileira, mas uma missão: a de levar adiante o cuidado com sua família e o nome dos Nkisses, assim como auxiliar todos aqueles que batessem à sua porta à procura de ajuda.  É uma missão que o tatetu seguiu e segue, trabalhando com compromisso, dedicação, respeito e amor.  

Ele relata que fez santo (iniciou-se) ainda menino, aos 14 anos, pelas mãos de sua avó, e foi criado para ser o tata kutala, expressão banta que significa pai herdeiro. Com muita paixão e entrega pela religião, Waded, que é feito em Nsumbu, assente: “a minha cabeça pertence a Nsumbu (obaluaiê), mas não só a minha cabeça, mas a minha vida, a minha casa, a minha família. Obaluaiê para mim é tudo, Oxum também”. 

Quando Rosa de Nanã aposentou-se do seu posto, pela idade, Waded conta que sentiu a necessidade de abrir um espaço, um isó (casa) para si.  Apoiado nesse desejo, após um trabalho longo e ardoroso, ele construiu o seu Isó e a casa para sua família.  Então, em 2002, pode inaugurar o Ylê Axé Ajagum. 

Antes de abrir o seu Ilê, Waded morou em Uberlândia – onde trabalhou durante muito tempo até conseguir erguer a casa do seu santo e da sua família, em Pirapora. O pai de santo destaca em suas palavras o carinho e a escolha por Pirapora: “Eu me identifico com Pirapora. Eu adoro esse rio maravilhoso. Eu adoro essas pessoas. Piraporenses são pessoas dedicadas e de grande coração. Dentro da vida de santo, lugar melhor não há.  A turma que eu tenho aqui é prova disso, são pessoas maravilhosas, de uma fé incrível”. Fé que se vê espelhada no pai de santo, quando ele afirma: “Orixá corre nas minhas veias. O meu mundo é esse”.

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